6ª Edição da principal Premiação da música e da poesia galega-portuguesa aRi[t]mar 2021 - Os mais de cinco mil votos do público emitidos no certame aRi[t]mar galiza e portugal promovido pela Escola Oficial de Idiomas de Santiago de Compostela que promove a música e a poesia produzidas na Galiza e em Portugal. Guadi Galego, com Cólico e Cláudia Pascoal, com Quase Dança são as grandes vencedoras da categoria música desta edição. Estes prémios, juntamente com os prêmios de poesia, e o prêmio da embaixada da amizade, serão entregues na Gala aRi[t]mar 2021. Segundo explicou o diretor da Escola Oficial de Idiomas, Gonzalo Constenla, o Prêmio voltou a gerar muitas boas expectativas, durante todo o processo de votação foi muito equilíbrado, quer nas músicas ganhadoras quer nas segundas e nas terceiras mais votadas até ao último minuto. Batemos o recorde de votação neste ano, com a participação popular mais alta de todas as edições anteriores. Melhor Canção Galega"CÓLICO" DE GUADI GALEGO Natural de Cedeira, Galiza, nascida 1974. Guadi Galego é uma das artistas mais relevantes da cena galega atual. Ela juntou-se a Berrogüetto como vocalista, pianista e gaiteira. Nessa altura, Guadi já começava a experimentar vários sons em várias formações, como o seu projeto mais íntimo e pessoal, Espido (com Guillerme Fernández) ou Nordestin@s (com Abe Rábade e Ugia Pedreira). Em 2009 lançou Benzón, álbum aclamado pela crítica galega e espanhola com que iniciou a sua carreira a solo, sem deixar de participar noutros projetos. Benzón, foi um álbum aclamado pela crítica galega e espanhola. Em 2012 uniu-se aos músicos Xabier Díaz, Guillerme Fernández e Xosé Lois Romero para formar o grupo aCadaCanto. Com eles editou um disco homónimo, e outro em 2013, Em 2014 publicou o seu segundo trabalho a solo, Lúas de outubro e agosto. Em 2015 recebeu o Prémio da Crítica Galega na categoria Música. "A Rosa d’Adina", em 2016 ganhou o Prêmio Martín Códax de Música na categoria de Canção de Autor. Em outubro de 2019 publicou "Immersión", um trabalho em que reinterpreta temas dos seus três discos anteriores cantados em sete línguas peninsulares: galego, catalão, castelhano, asturiano, aranês, basco e português, com colaborações de numerosos artistas. Foi galardoada com o Prémio à Promoção da Realidade Plurilingue do Estado 2020. Este ano voltou a receber o Prémio Martín Códax da Música à Melhor Artista na categoria de Indie/Pop e está nas redes e no mercado o seu 5º disco a solo, "Costuras", que inclui a canção ganhadora, ganhadora da nossa sexta edição. Melhor Canção Portuguesa"QUASE DANÇA" DE CLÁUDIA PASCOAL Natural de Gondomar, Portugal, nasceu em 1994. Cláudia Pascoal é uma importante cantora / compositora da música portuguesa emergente. Surgiu no panorama musical português após a participação em concursos musicais televisivos. Foi especialmente conhecida por representar Portugal na Eurovisão de 2018 com o tema “O Jardim” (junto a Isaura). Em março de 2019 editou o seu primeiro single “Ter e não ter”, estreando-se na composição. Esta seria a primeira mostra, o álbum !, primeiro disco de Cláudia Pascoal, contou com a produção do conhecido cantor português, Tiago Bettencourt. Num comunicado, a cantora disse que desejava “fazer qualquer coisa diferente” com este primeiro disco: “Quero criar um ambiente novo, mas para todos. Este é o meu desejo” . Em ! também se davam a conhecer os singles “Viver”, em dueto com Samuel Úria, “Espalha Brasas”, “Quase Dança” e “Tanto Faz”. “Quase Dança” contou com a ajuda da família de Cláudia Pascoal num brilhante vídeo, feito por ela mesma. Cláudia Pascoal foi recentemente nomeada como “Artista Revelação” nos Prémios Play – Prémios da Música Portuguesa. Melhor Poesia Galega"A REFLEXIÓN" DE ROSALÍA FERNÁNDEZ RIAL “A reflexión”, de Rosalía Fernández Rial - Árbores no deserto (Galaxia, 2020) Detrás do espello todas eramos a mesma muller, núa, interrogativa, reclamándolle respostas á realidade. Ninguén vai chamar por nós? Ninguén -silencio-. Porque sodes a mesma muller sen rostro, sen nome. E se nos creamos? Que cada unha se debuxe da forma que queira. E foi así como demos a luz os nosos lenzos, soñando pincel, imaxinando cores, a grande escala. Foi así como comezamos a parirnos... Ata nacer entre os marcos ceibes da fantasía feminina. Así hoxe vexo, nos seus ollos, que o teu retrato son eu. Natural de Carballo-Muxía, nasceu em 1988. Rosalía Fernández Rial é Doutora em Filologia (USC), possui estudos musicais com a especialidade de acordeão no Conservatório de Carballo. Como criadora, em especial de poesia, Rosalía regenera-se em cada um dos seus livros, entre os quais destacam: En clave de sol (2009), Átonos (2011), Vinte en escena (2012), Un mar de sensacións (2012), Ningún amante sabe conducir (2014), Contra-acción (2016) ou Sacar a bailar (2016). Nestes títulos metamorfoseia-se em apresentações performáticas e musicais que também foram levadas ao âmbito audiovisual. Aulas sem paredes (livro-DVD, 2016) é a sua obra de ensaio mais relevante e inclui um documental audiovisual com uma intervenção didática em que usa a expressão dramática e teatral como ferramentas pedagógicas para o ensino e aprendizagem de línguas. Prémio à melhor iniciativa bibliográfica na Gala do Livro Galego 2017. Como narradora publicou Bonus track (Ed. Galaxia, 2018), livro de relatos curtos tecidos com letras de canções conhecidas. Na mesma editora publicou o seu último livro de poemas, Árbores no deserto, trabalho escrito a partir de códigos próprios das artes vivas e das artes plásticas contemporâneas. Nele incorpora versos que nascem a partir de citações de autoras chaves no feminismo, como Sojourner Truth, Flora Tristán, Concepción Arenal, Rosalía de Castro, Emma Goldmann, Virginia Woolf, Clara Campoamor, María Zambrano, Simone de Beauvoir, Kate Millet e Malala. “A reflexión”, o poema ganhador de aRi[t]mar 2021, está inspirado por Flora Tristán. No género dramático, destaca A lúa, válvula de spray, ficção sonora através das ruas de Carballo. Uma vez personificada, Rosalía vai da grafia à ação e atualmente está a desenvolver vários projetos nos quais funde, evolucionadas, as dimensões literária, corporal, cénica e experimental numa amálgama que lhe permite aliar os seus seres sob a existência sólida de uma composição artística; única identidade importante. Saiba mais em www.rosaliafernandezrial.com/gl Melhor Poesia Portuguesa“O VERÃO SABE ME BEM" Márcia “O verão sabe-me bem”, de Márcia - As Estradas São Para Ir (Editorial Planeta, 2020) O verão sabe-me bem. Gosto do calor que entra, da face quando fica iluminada gosto de ter luz nos olhos e gosto de ficar parada. Quando o sono não vem, e aquelas noites não se arrefecem, é com o verão que sonho. Aquieta-me, o quente. Nem preciso falar. Basta ficar a olhar a linha torta dos montes com o calor dos horizontes para tudo se endireitar. As Estradas São Para Ir (2020), é o primeiro livro de poemas de Márcia, uma combinação de ilustrações feitas pela artista e uma partilha de canções, crónicas, poemas e pensamentos. Márcia (Lisboa, 1982) é seguramente um dos maiores talentos da composição em língua portuguesa. Demonstram isso os seus discos, do seu primeiro EP A Pele que Há em Min, e a seguir os álbuns Dá, Casulo, Quarto Crescente e Vai e Vem, editado em 2018.Este último é precisamente o trabalho mais recente desta excelente compositora que tem escrito para artistas como Ana Moura, António Zambujo e Sérgio Godinho, entre outros. Autora de temas intemporais como “A Insatisfação”, “Cabra Cega” e “Tempestade” em 2019 apresentava um espetáculo impactante em que as suas canções se acompanhavam de uma narrativa de vídeo e luz muito pessoais. As estradas são para ir (2020) é o seu primeiro livro de poemas, em que combina ilustrações feitas pela artista junto com canções, crónicas, poemas e pensamentos. Esta obra poética de debute também lhe valeu ser finalista dos Prémios Livro do Ano Bertrand. Saiba mais: www.arruada.com/pt/artistas/marcia Embaixada da Amizade GALEGO-LUSÓFONAJOSÉ VIALE MOUTINHO | PRÊMIO ESPECIAL DO JURI O júri destacou o trabalho de Viale Moutinho como ponte entre a Galiza e Portugal, impulsionador do contínuo linguístico e cultural que representa a Lusofonia e como verdadeiro embaixador da Galiza em Portugal e de Portugal na Galiza. O escritor madeirense José Viale Moutinho, é o prémio especial do júri à Embaixada da amizade galego-lusófona. O júri destacou o trabalho de Viale Moutinho como ponte entre a Galiza e Portugal, impulsionador do contínuo linguístico e cultural que representa a Lusofonia e como verdadeiro embaixador da Galiza em Portugal e de Portugal na Galiza. O intelectual, residente no Porto, é autor duma prolífica obra literária como narrador, tradutor, ensaísta, poeta e dramaturgo, entre a qual se encontram várias versões de obras literárias galegas, uma antologia da poesia galega e um ensaio sobre o nacionalismo galego. Natrual do Funchal, Ilha da Madeira, nasceu em 1945 ilha da Madeira. José Viale Moutinho é um escritor e jornalista português. Licenciado em História, foi narrador, poeta, dramaturgo, ensaísta e autor de livros infantis e juvenis. A sua obra tem sido traduzida para numerosos idiomas: castelhano, russo, esloveno, alemão, italiano, galego e húngaro. Além dos seus méritos como jornalista em meios de comunicação como o Jornal de Notícias, o República ou o Diário de NotíciasJosé Viale Moutinho é narrador, poeta, dramaturgo e ensaísta, com obra traduzida para vários idiomas, também para o galego. Está também muito ligado ao Festival da Poesia no Condado desde o seu início em 1981, organizado pela Sociedade Desportiva do Condado (SDC) com Sede em Salvaterra do Minho. Como diretor da Associacão Portuguesa de Escritores, da Associacão de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e do Teatro Experimental do Porto, possibilitou a visibilidade da literatura galega em Portugal, e a ele se deve a presença da escritora Xela Arias, de Mantecón e da directiva da SDC para apresentar o Festival da Poesía no Condado ao mundo lusófono. Pioneiro em divulgar a literatura galega contemporânea, nomeadamente a de Neira Vilas, Celso Emilio Ferreiro, Manuel María, Méndez Ferrín é o seu primeiro tradutor para o português. Também traduziu Castelao e Lamas Carvajal e é autor de Fouce erguida. Antologia de poesía galega de combate. Viale Moutinho foi também pesquisador da repressão franquista e dos campos de extermínio nazi, autor duma biografía sobre o Zeca Afonso e impulsionador da associação que em Vigo leva o seu nome. Já relacionado com a temática galega, escreveu o livro pioneiro Introdução ao nacionalismo galego. Foi eleito académico de honra da RAG, mas renunciou em solidariedade com Méndez Ferrín quando este deixou a presidência. Em anteriores edições do certame, foram galardoados com este prémio o desparecido músico galego Fran Pérez Narf, as Convergências Portugal Galiza organizadas pelo grupo bracarense Canto D’aquí, a cantora galega Uxía e a exdirectora da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e exministra de Comércio e Turismo de Cabo Verde, Georgina Benrós de Mello. Cerimônia de Premiação de Gala e ApresentaçõesDia 27 de Outubro no Auditório da Galiza - Santiago de Compostela
A partir das 20h30 - Entrada livre e gratuita Reservas a partir do dia 25 de Outubro AQUI Conheça todos os finalistas e saiba mais www.aritmar.gal
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Com mais de 63 milhões de visualizações no Youtube, Rincon Sapiência consagrou-se um dos nomes de maior referência da música emergente brasileira. MC, produtor e empresário Rincon Sapiência volta para Portugal neste mês de outubro, apresentar o seu mais novo disco “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”. No dia 29 tem concerto na Womex na cidade do Porto, no dia 30 no Musicbox em Lisboa e no dia 31 toca pela primeira vez na cidade de Coimbra, no Salão Brazil. Rincon, é um artista de grande destaque na cena musical brasileira, em 2017, lançou Galanga Livre, seu álbum de estreia, que entrou para a lista dos 50 melhores álbuns da música brasileira de 2017 da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) e ganhou dois troféus do Superjúri no Prêmio Multishow daquele ano. A premiação também rendeu o título de Revelação do Ano, reforçado pela sua eleição como Artista do Ano pela APCA e a escolha como melhor disco do ano pela revista Rolling Stone Brasil. Sapiência trabalhou na divulgação do álbum no Brasil e no exterior, período em que também reafirmou a sua versatilidade artística em parcerias musicais com Sidney Magal, Alice Caymmi, Rubel, Drik Barbosa e IZA. Em 2018, o artista lançou o seu próprio selo musical independente, chamado MGoma, apostando em seu reconhecimento como um dos produtores musicais mais respeitados da cena. Em novembro de 2019, Rincon lançou “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”, seu tão aguardado segundo álbum de carreira, inteiramente produzido e dirigido por ele. “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”Rincon Sapiência lança o seu tão aguardado segundo álbum de carreira, intitulado “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”. No novo disco, o artista viaja pelos mais diversos ritmos, norteado pela musicalidade de vertentes da música pop contemporânea africana. Com instrumentais dançantes e divertidos, uma das marcas de sua nova fase, o disco é o primeiro lançado pelo seu selo próprio, o MGoma, e disponibilizado em todas as plataformas de streaming e no YouTube. O álbum conta com as participações de Mano Brown, Lellê, Rael, Gaab, do grupo ÀTTØØXXÁ, Duquesa e do coletivo de Mc’s Audácia, integrado por ele. O novo trabalho expõe a evolução de Rincon como artista e produtor musical, que assina toda a produção e direção do trabalho, no qual se desprende da veia clássica predominante no multipremiado Galanga Livre (2017), seu disco de estreia. Em “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”, Rincon bebe na fonte de estilos africanos mais variados, desde o afrobeat e o afrohouse, até o dundunba, ritmo originário da Guiné e divulgado ao redor do mundo pelo mestre djembefolá Famoudou Konatè. Abusando da psicodelia e com uma pegada menos orgânica, no disco também se destaca o diálogo com ritmos originários das periferias, como o pagodão baiano e o funk brasileiro – desde o Mandela até o 150 bpm - e indo até o grime inglês. Permitindo-se novas experimentações musicais, o Manicongo apresenta ao público o seu mundo, circundado por conflitos existenciais e amorosos. Mantendo a sua já conhecida leitura apurada da realidade que o cerca – ou que o liberta – o artista adota a proposta de celebração como uma constante no discurso. O esmero no uso dos graves traz ao trabalho uma sonoridade agradável e que convida a dançar. Destaque para os timbres 808 e drops certeiros, somados a refrões marcantes, além da onipresença, às vezes sutil e outras vezes marcante, do trap. No disco, Rincon também estreita os laços com beatmakers da nova geração, como o guineense radicado em Portugal MazBeatz e o brasileiro Esil Beats, valorizando artistas ainda pouco conhecidos no mainstream. Os arranjos também se destacam pela riqueza e pela originalidade, valendo-se de instrumentos pouco convencionais no rap como o djembê, berimbau, marimba e metais. A isso, somam-se arranjos de outros músicos, entre eles guitarra de Robson Heloyn, teclado de Kiko de Sousa, percussão de Nunah Oliveira e Amanda Telles, violão de Breno Laureano e scratches de DJ Mista Luba, além das vozes de Nanny Soul, d’Oliveira e Marissol Mwaba - que também gravou arranjos de baixo. Mixado e masterizado por César Pierri, o resultado desse conjunto é um álbum que convida os ouvintes à dança, ao mesmo tempo que reforça a elegância das composições, que ao longo dos anos tornou-se uma marca registrada de Rincon Sapiência. DISCOGRAFIA ● Promotrampo (2010) ● EP: “SP Gueto BR” (2014) ● 1° Álbum: “Galanga Livre” (2017) ● 2° Álbum: “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps” (2019) Rádio Pessoas apresenta: RINCON SAPIÊNCIA no Salão Brazil em Coimbra Dia 31 de outubro (véspera de feriado) às 22hs Abertura: Ruze e Eterno Bilhetes limitados: AQUI. Endereço: Largo do Poço, nº3, 1º Andar Telefone: 239 837 078 Apoio: Blue House Coisas da Lena Mais Cultura Cantor, compositor, pesquisador, violinista e percussionista regressa a Portugal após mais de 40 anos... Aos 78 anos de vida dedicados à música afro-barroca, às pesquisas e filosofias africanas, aos sons de terreiro e às células rítmicas e melódicas do candomblé. Mateus Aleluia é brasileiro natural de Cachoeira, na Bahia. Compositor, cantor e instrumentista, é remanescente do grupo vocal “Os Tincoãs”. Em seu retorno de Angola, onde viveu de 1983 a 2003, lançou o primeiro disco solo em 2010, "Cinco Sentidos", e em 2018 apresentou “Fogueira Doce”. "Esse disco é a continuidade das emoções à procura da sensibilidade, um novo sentido depois dos Cinco Sentidos", conta Mateus Aleluia. Sobre Os Tincoãs - Com a formação inicial de Erivaldo, Heraldo e Dadinho, Os Tincoãs interpretavam no final da década de 50 apenas boleros. O grupo ganhou projeção, no entanto, quando passou a cantar a música dos terreiros de candomblé, das rodas de capoeira e do samba de raiz. Nesta época, meados dos anos 60, Erivaldo saiu e entrou Mateus Aleluia. Nascia ali uma expressão musical que viria para modificar a música religiosa afro-brasileira. “No fundo nós somos amalgamados culturalmente. Duas ou três pessoas não representam o que a Bahia é. Tincoãs fundamentalmente é recôncavo baiano e Cachoeira é isso: essa junção da cultura barroca com a cultura africana, mas tudo isso sustentado na cultura dos donos da terra, que são os índios. Isso dá um universo de influências. Nós temos tudo das filarmônicas, temos tudo do candomblé e temos tudo das igrejas católicas também”, ressalta Mateus Aleluia. Em 1973 gravaram juntos um disco antológico, com grande impacto. Apesar de bastante sofisticado, o trio contava com poucos recursos. O resultado que os destacava vinha de arranjos delicados, voz em perfeita harmonia, violão percussivo e tambor harmônico. O álbum, que marcou época na MPB, reverenciava os orixás. Músicas para Iansã, Obaluaê e Iemanjá passaram a ser ouvidas pelos brasileiros fora dos terreiros. Em 1975, com a morte de Heraldo, o grupo ganhou novo integrante, Morais, que foi logo depois substituído por Badu. Em 1983 o grupo foi para Angola, permanecendo por lá até encerrarem a parceria, em 2000, com a morte de Dadinho – parceiro de Mateus Aleluia na composição do clássico Cordeiro de Nanã. Este casamento de culturas ancestrais dentro de um trabalho musical conferiu ao Tincoãs, por autoridades antropológicas, históricas, jornalísticas e musicais como Maestro Leonardo Bruno, Maestro Koellreutter - na ocasião Diretor do ICBA - Rio de Janeiro, Antropólogo e Etnólogo Babalaô Nigeriano Francis Ifá Kaiodê Akinwelere, Adelzon Alves - radialista e produtor discográfico, a condição de co-reanimadores da ancestralidade musical afro-brasileira. Digressão em PortugalO artista brasileiro fará sua primeira digressão solo pelo país, apresentando o seu mais novo disco "Olorum", produzido pela Sete Mares Produções e lançado digitalmente pelo Selo SESC. A digressão em Porugal conta uma participação muito especial na Womex, uma das maiores feiras de música do planeta. Aleluia passará pelas seguintes cidades portuguesas: - Évora (22 de outubro) - Lisboa (27 de outubro e 4 de novembro) - Porto (30 de outubro) - Coimbra (6 de novembro) “Voltar a Lisboa é como fazer uma volta no tempo, e saber o papel que Portugal tem nisso tudo, essa triangulação do Atlântico, o fato de sermos tão lusos, tão africanos e tão brasileiros. Assim como eu falo na música: são três em um. Ao lado do Tejo é como se eu tivesse vendo o Rio Paraguaçu. No Bairro Alto de Lisboa é como se eu estivesse no Pelourinho ou no Santo Antônio em Salvador, ou mesmo em Cachoeira, na praça da Aclamação. Quando eu chego ao Rossio, eu vejo aquele panorama humano, aquela África do Rossio, eu me sinto em Angola, na Guiné, ou no Rio de Janeiro. A terra aqui, as pessoas percebam ou não, é uma terra morena", disse Aleluia, que fará sua primeira digressão solo pelo país. Rádio Pessoas apresenta:
MATEUS ALELUIA no Salão Brazil em Coimbra Dia 06 de novembro às 22hs Abertura: Pedro e Mel Bilhetes limitados: AQUI. Endereço: Largo do Poço, nº3, 1º Andar Telefone: 239 837 078 Apoio: Blue House Empório do Tuca Coisas da Lena Mais Cultura APBC (Associação de Promoção da Baixa de Coimbra) |