Com mais de 63 milhões de visualizações no Youtube, Rincon Sapiência consagrou-se um dos nomes de maior referência da música emergente brasileira. MC, produtor e empresário Rincon Sapiência volta para Portugal neste mês de outubro, apresentar o seu mais novo disco “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”. No dia 29 tem concerto na Womex na cidade do Porto, no dia 30 no Musicbox em Lisboa e no dia 31 toca pela primeira vez na cidade de Coimbra, no Salão Brazil. Rincon, é um artista de grande destaque na cena musical brasileira, em 2017, lançou Galanga Livre, seu álbum de estreia, que entrou para a lista dos 50 melhores álbuns da música brasileira de 2017 da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) e ganhou dois troféus do Superjúri no Prêmio Multishow daquele ano. A premiação também rendeu o título de Revelação do Ano, reforçado pela sua eleição como Artista do Ano pela APCA e a escolha como melhor disco do ano pela revista Rolling Stone Brasil. Sapiência trabalhou na divulgação do álbum no Brasil e no exterior, período em que também reafirmou a sua versatilidade artística em parcerias musicais com Sidney Magal, Alice Caymmi, Rubel, Drik Barbosa e IZA. Em 2018, o artista lançou o seu próprio selo musical independente, chamado MGoma, apostando em seu reconhecimento como um dos produtores musicais mais respeitados da cena. Em novembro de 2019, Rincon lançou “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”, seu tão aguardado segundo álbum de carreira, inteiramente produzido e dirigido por ele. “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”Rincon Sapiência lança o seu tão aguardado segundo álbum de carreira, intitulado “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”. No novo disco, o artista viaja pelos mais diversos ritmos, norteado pela musicalidade de vertentes da música pop contemporânea africana. Com instrumentais dançantes e divertidos, uma das marcas de sua nova fase, o disco é o primeiro lançado pelo seu selo próprio, o MGoma, e disponibilizado em todas as plataformas de streaming e no YouTube. O álbum conta com as participações de Mano Brown, Lellê, Rael, Gaab, do grupo ÀTTØØXXÁ, Duquesa e do coletivo de Mc’s Audácia, integrado por ele. O novo trabalho expõe a evolução de Rincon como artista e produtor musical, que assina toda a produção e direção do trabalho, no qual se desprende da veia clássica predominante no multipremiado Galanga Livre (2017), seu disco de estreia. Em “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”, Rincon bebe na fonte de estilos africanos mais variados, desde o afrobeat e o afrohouse, até o dundunba, ritmo originário da Guiné e divulgado ao redor do mundo pelo mestre djembefolá Famoudou Konatè. Abusando da psicodelia e com uma pegada menos orgânica, no disco também se destaca o diálogo com ritmos originários das periferias, como o pagodão baiano e o funk brasileiro – desde o Mandela até o 150 bpm - e indo até o grime inglês. Permitindo-se novas experimentações musicais, o Manicongo apresenta ao público o seu mundo, circundado por conflitos existenciais e amorosos. Mantendo a sua já conhecida leitura apurada da realidade que o cerca – ou que o liberta – o artista adota a proposta de celebração como uma constante no discurso. O esmero no uso dos graves traz ao trabalho uma sonoridade agradável e que convida a dançar. Destaque para os timbres 808 e drops certeiros, somados a refrões marcantes, além da onipresença, às vezes sutil e outras vezes marcante, do trap. No disco, Rincon também estreita os laços com beatmakers da nova geração, como o guineense radicado em Portugal MazBeatz e o brasileiro Esil Beats, valorizando artistas ainda pouco conhecidos no mainstream. Os arranjos também se destacam pela riqueza e pela originalidade, valendo-se de instrumentos pouco convencionais no rap como o djembê, berimbau, marimba e metais. A isso, somam-se arranjos de outros músicos, entre eles guitarra de Robson Heloyn, teclado de Kiko de Sousa, percussão de Nunah Oliveira e Amanda Telles, violão de Breno Laureano e scratches de DJ Mista Luba, além das vozes de Nanny Soul, d’Oliveira e Marissol Mwaba - que também gravou arranjos de baixo. Mixado e masterizado por César Pierri, o resultado desse conjunto é um álbum que convida os ouvintes à dança, ao mesmo tempo que reforça a elegância das composições, que ao longo dos anos tornou-se uma marca registrada de Rincon Sapiência. DISCOGRAFIA ● Promotrampo (2010) ● EP: “SP Gueto BR” (2014) ● 1° Álbum: “Galanga Livre” (2017) ● 2° Álbum: “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps” (2019) Rádio Pessoas apresenta: RINCON SAPIÊNCIA no Salão Brazil em Coimbra Dia 31 de outubro (véspera de feriado) às 22hs Abertura: Ruze e Eterno Bilhetes limitados: AQUI. Endereço: Largo do Poço, nº3, 1º Andar Telefone: 239 837 078 Apoio: Blue House Coisas da Lena Mais Cultura
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Cantor, compositor, pesquisador, violinista e percussionista regressa a Portugal após mais de 40 anos... Aos 78 anos de vida dedicados à música afro-barroca, às pesquisas e filosofias africanas, aos sons de terreiro e às células rítmicas e melódicas do candomblé. Mateus Aleluia é brasileiro natural de Cachoeira, na Bahia. Compositor, cantor e instrumentista, é remanescente do grupo vocal “Os Tincoãs”. Em seu retorno de Angola, onde viveu de 1983 a 2003, lançou o primeiro disco solo em 2010, "Cinco Sentidos", e em 2018 apresentou “Fogueira Doce”. "Esse disco é a continuidade das emoções à procura da sensibilidade, um novo sentido depois dos Cinco Sentidos", conta Mateus Aleluia. Sobre Os Tincoãs - Com a formação inicial de Erivaldo, Heraldo e Dadinho, Os Tincoãs interpretavam no final da década de 50 apenas boleros. O grupo ganhou projeção, no entanto, quando passou a cantar a música dos terreiros de candomblé, das rodas de capoeira e do samba de raiz. Nesta época, meados dos anos 60, Erivaldo saiu e entrou Mateus Aleluia. Nascia ali uma expressão musical que viria para modificar a música religiosa afro-brasileira. “No fundo nós somos amalgamados culturalmente. Duas ou três pessoas não representam o que a Bahia é. Tincoãs fundamentalmente é recôncavo baiano e Cachoeira é isso: essa junção da cultura barroca com a cultura africana, mas tudo isso sustentado na cultura dos donos da terra, que são os índios. Isso dá um universo de influências. Nós temos tudo das filarmônicas, temos tudo do candomblé e temos tudo das igrejas católicas também”, ressalta Mateus Aleluia. Em 1973 gravaram juntos um disco antológico, com grande impacto. Apesar de bastante sofisticado, o trio contava com poucos recursos. O resultado que os destacava vinha de arranjos delicados, voz em perfeita harmonia, violão percussivo e tambor harmônico. O álbum, que marcou época na MPB, reverenciava os orixás. Músicas para Iansã, Obaluaê e Iemanjá passaram a ser ouvidas pelos brasileiros fora dos terreiros. Em 1975, com a morte de Heraldo, o grupo ganhou novo integrante, Morais, que foi logo depois substituído por Badu. Em 1983 o grupo foi para Angola, permanecendo por lá até encerrarem a parceria, em 2000, com a morte de Dadinho – parceiro de Mateus Aleluia na composição do clássico Cordeiro de Nanã. Este casamento de culturas ancestrais dentro de um trabalho musical conferiu ao Tincoãs, por autoridades antropológicas, históricas, jornalísticas e musicais como Maestro Leonardo Bruno, Maestro Koellreutter - na ocasião Diretor do ICBA - Rio de Janeiro, Antropólogo e Etnólogo Babalaô Nigeriano Francis Ifá Kaiodê Akinwelere, Adelzon Alves - radialista e produtor discográfico, a condição de co-reanimadores da ancestralidade musical afro-brasileira. Digressão em PortugalO artista brasileiro fará sua primeira digressão solo pelo país, apresentando o seu mais novo disco "Olorum", produzido pela Sete Mares Produções e lançado digitalmente pelo Selo SESC. A digressão em Porugal conta uma participação muito especial na Womex, uma das maiores feiras de música do planeta. Aleluia passará pelas seguintes cidades portuguesas: - Évora (22 de outubro) - Lisboa (27 de outubro e 4 de novembro) - Porto (30 de outubro) - Coimbra (6 de novembro) “Voltar a Lisboa é como fazer uma volta no tempo, e saber o papel que Portugal tem nisso tudo, essa triangulação do Atlântico, o fato de sermos tão lusos, tão africanos e tão brasileiros. Assim como eu falo na música: são três em um. Ao lado do Tejo é como se eu tivesse vendo o Rio Paraguaçu. No Bairro Alto de Lisboa é como se eu estivesse no Pelourinho ou no Santo Antônio em Salvador, ou mesmo em Cachoeira, na praça da Aclamação. Quando eu chego ao Rossio, eu vejo aquele panorama humano, aquela África do Rossio, eu me sinto em Angola, na Guiné, ou no Rio de Janeiro. A terra aqui, as pessoas percebam ou não, é uma terra morena", disse Aleluia, que fará sua primeira digressão solo pelo país. Rádio Pessoas apresenta:
MATEUS ALELUIA no Salão Brazil em Coimbra Dia 06 de novembro às 22hs Abertura: Pedro e Mel Bilhetes limitados: AQUI. Endereço: Largo do Poço, nº3, 1º Andar Telefone: 239 837 078 Apoio: Blue House Empório do Tuca Coisas da Lena Mais Cultura APBC (Associação de Promoção da Baixa de Coimbra) Na Rádio Pessoas, chamamos a atenção para o Festival MARÉ ! De 23 a 26 de Setembro, Santiago de Compostela e a Galiza tornam-se num oceano de experiências... 4 dias de Músicas e Artes dos 2 lados do Atlântico 4 dias de celebração da diversidade 4 dias de intercâmbio cultural São mais de 30 concertos com artistas de 10 países. Para maiores informações vai a www.mare.gal Nascido em Maputo em 1980, Cheny, teve o seu primeiro contato com a música aos 5 anos, herdando os conhecimentos da música Chope. É membro fundador da OrquestraBanda TIMBILA MUZIMBA desde 1996, com quem já participou em importantes festivais na Europa, Africa Austral, Ásia e America do Sul. Cheny também é compositor musical, possui diversos trabalhos realizados para o cinema, teatro e poesia.
Cheny, como, onde e quando foi o seu primeiro contato com a música e a timbila? CHENY WA GUNE - Como - Venho de uma família de artistas do povo chope. Onde - foi na casa do pai onde o meu tio é músico profissional membro fundador da Primeira " Companhia Nacional de Canto e Dança. Quando - Não me lembro bem porque era criança na altura, uma vez que no bairro havia sessões de música e dança juntamente com outros Mestres. Mas eu profissionalmente começo pela dança em 1992, com depois mais tarde com a música no ano de 1996. Você é um artista de longa experiência internacional, já esteve tocando em importantes festivais na Europa e em outros países, para você como está o atual momento do mercado da música em Moçambique? CHENY WA GUNE - O actual momento está difícil, embora dá para sobreviver Muito tem se falado em desenvolver e potencializar os artistas e a cultura africana, por parte de organizações internacionais, isso na prática de alguma maneira está acontecendo? Você já recebeu algum tipo de apoio ou foi contemplado de alguma forma por estas ações? CHENY WA GUNE - Directamente nunca recebi o apoio, se já fui contemplado foi indiretamente. Você já teve viajando ou tocando em algum país latino, se sim, como foi essa experiência para você? CHENY WA GUNE - Sim, já toquei na Casa da Francisca em São Paulo, no Circo Voador e Sala Baden Powell no Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Brasília e Belo Horizonte, também em Buenos Aires na Argentina e em Santiago no Chile. Foi uma experiência fantástica, gente alegre que respira a cultura viva. Artista na banda Criolina/MA e ativista cultural. Criadora e gestora do Festival BR135, que há nove anos acontece em São Luís do Maranhão, ocupando com arte e música o centro histórico de São Luís. Luciana é co-criadora de ferramentas de políticas culturais como Observatório da Cultura do Maranhão e Liga da Cultura, foi curadora do Prêmio Natura 2018 e integrou a curadoria do Porto Musical 2020. O Festival BR 135, sem dúvida, é o maior festival de música do estado do Maranhão, para além de shows musicais, a programação conta outras atividades. Quais são e como acontecem? LUCIANA SIMÕES - O BR135 tem objetivo de ocupar o centro histórico de São Luís, nesta última edição abrindo os braços em um espaço maior, nas praças Maria Aragão e Gonçalves Dias. Com um poderoso painel de sonoridades nos palcos, atividades formativas, rodada de negócios e mercado de arte e gastronomia, o BR135 é um dos únicos festivais de música independente e autoral do país, em que todas as atividades são gratuitas. Quem participou da última edição presencial do Festival BR 135? LUCIANA SIMÕES - A festa reuniu os artistas convidados Edgar, Xênia França, Potyguara Bardo, Attooxxa e Céu e os selecionados ENME Paixão, Preto Nando recebe Kaminski, Paulão, Vinaa recebe Cláudio Lima e Romero Ferro (PE), Orquestra Maranhense de Reggae com a presença de Dicy Rocha, Regiane Araújo e Otília Ribeiro, The Baggios (SE), Josyara (BA) e os DJs Dolores (PE), Juliana Alba e Sue Krsteli. Neste ano, a curadoria buscou contemplar a diversidade, dando visibilidade à música feita nas periferias, música negra, nordestina, dando voz às mulheres e à cena LGBTQ. Estamos vivendo uma revolução que envolve gênero, etnia, geografia e a força da nossa música está na reunião de diversos atores. Importante destacar que essa representatividade foi contemplada com base na qualidade musical e na capacidade de dialogar com o público do festival, que é exigente. Como funciona o "Conecta música, mercado e literatura”? LUCIANA SIMÕES - Nesta edição, o Conecta Música colocou na pauta, entre outros temas, tendências e futuro das mídias de música, cultura e comportamento na internet, internacionalização de carreiras, além de ter um painel especial sobre o Circuito Nordeste – A Revolução. Entre as ações formativas, direitos autorais e um workshop de tradução em libras. Outro tema que está na pauta do Conecta é a presença feminina na música, poder e maternidade. E quem falou sobre o assunto foi a cantora Céu, em um bate-papo realizado na tarde de sábado. Além das atividades de fomento ao mercado da música, com a presença de produtores e representantes de eventos, o Conecta Música deste ano contempla a literatura em duas atividades especiais: o lançamento da biografia de Raul Seixas, do jornalista Jotabê Medeiros, e edição do programa Palavra Acesa, da jornalista Andréa Oliveira, que vai receber a cantora Áurea Maranhão, para falar sobre sua relação com os livros. A rodada de negócios abriu as atividades, participaram representantes dos festivais Serasgum (PA), Festival de Inverno de Garanhuns, Cifra club e palco MP3, Radioca (BA), da produtora Uhuu Manegement (NY), programa de rádio Faro e podcast Papo de Música (RJ), Abril pro rock (PE), Tenho mais Discos que amigos, Gato na Vitrola, Revista Rolling Stone, Mídia Ninja (Pablo Capilé) e Guta Braga (direitos autorais- RJ). Como você resume o Festival BR 135? LUCIANA SIMÕES - O Festival BR 135, que tem como objetivo a formação de plateia, a promoção de intercâmbio cultural e a inclusão da música produzida no Maranhão no mapa cultural do Brasil, começou numa lona de circo com 200 pessoas, e já realizou 25 edições em oito anos, levou ao palco em média 700 artistas, por edição. Em 2019, atingiu o público de 90 mil pessoas durante três dias. |