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Chão teto parede pegam fogo nos 10 años de Francisco, el Hombre

15/6/2023

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Banda brasileira celebrou uma década no palco do Salão Brazil e deu spoiler: há disco novo no bolso.

Texto: Keissy Carvelli
​Fotografia: João Duarte
Fotografia

O furacão latino Francisco, el Hombre passou por Coimbra com a turnê 10 años, uma celebração em alto e bom tom de uma década de existência da banda.
Após percorrer algumas cidades da Espanha, também Lisboa e Porto, em Portugal, a última parada foi no famigerado Salão Brazil e o resultado foi um só: chão, teto e parede pegaram fogo, como sugere a canção da banda brasileira indicada ao Grammy Latino em 2017. 
Para a vocalista e percussionista Juliana Strassacapa, tanto a turnê quanto o álbum homônimo 10 años representam um «catálogo de sabores» de tudo o que Francisco, el Hombre já fez até o momento.
O disco traz ao público releituras das canções que marcaram a história da banda, como é o caso de ‘Triste, louca ou má’ e ‘Chão teto parede’, lançada há uma semana nas principais plataformas digitais. 
Antes de subirem ao palco do Salão Brazil na sexta-feira (2), Juliana Strassacapa e Mateo Piracés-Ugarte, violonista e criador da banda em 2013 junto de seu irmão Sebastián, conversaram com a Rádio Pessoas sobre os dez anos de trajetória musical, sobre o processo criativo coletivo e ainda deixaram escapar um spoiler: em 2024 vem disco novo por aí.
 
Rádio Pessoas: Analisando a trajetória de Francisco, el Hombre pela discografia, temos um catálogo muito variado de sonoridades se compararmos, por exemplo, o EP ‘La pachanga’ (2015) com o primeiro disco ‘Soltasbruxa’ (2016) e o segundo ‘Rasgacabeza’ (2019). Depois, ainda, veio Casa Francisco (2021), um disco realizado a partir do edital Natura Cultural. Como essa trajetória resultou neste novo disco 10 años?
 
Francisco El Hombre (Mateo): Cada disco que a gente fez até agora teve um recorte. O ‘Soltasbruxa’ (2016), nosso o primeiro álbum, foi o resultado de experiências bastante intensas. Fomos assaltados entre outras coisas que quase acabaram com a banda, então fizemos um disco onde a pergunta era: «se a banda fosse acabar amanhã, qual é o disco que a gente gostaria de deixar?»  Foi mais uma tentativa de um apanhado geral da banda. Já no ‘Rasgacabeza’ a gente vinha aprendendo a fazer uma autoprodução e flertando muito com a música eletrônica. No começo era um álbum que iria se chamar 8 ou 80. O 80 era para ser ou o lado intenso e energético da banda, era uma tentativa de fazer um show o mais potente possível, e lado 8 eram as músicas mais calmas. Só que naquela época a gente percebeu que o 80 estava fluindo de uma forma mais orgânica entre nós, então tiramos o 8 e fomos de ‘rasgacabeça’. Já o disco atual, 10 años, foi gravado e produzido em duas semanas e quisemos mostrar o que a gente vem fazendo nestes anos. As músicas mudaram muito no nosso show ao vivo, então quisemos passar isso para o disco. São músicas mais longas, com muita fluidez entre os ritmos, com muita brincadeira com o ouvinte. Não reinventamos a roda neste disco, a gente fez o que é naturalmente nosso.

​RP: Nestes dez anos de formação da banda, como funcionou e como tem funcionado o processo criativo de composição das canções e de criação dos discos? É um processo coletivo?
FEH (Juliana):  Aprendemos muito nestes dez anos porque vivemos muitas coisas. Também a Francisco, el Hombre não é só uma banda, não é só um trabalho. A Francisco começou como um bote salva-vidas para todo mundo. Acho que todo mundo estava vivendo um caos psicológico e emocional e fomos entendendo que era um apoio mútuo esse coletivo. Cada vez mais a gente entende como fazer melhor o que a banda pede a cada momento abaixando o volume do ego, fazendo concessões, entendendo e pensando sobre o que faz sentido para o coletivo
FEH (Mateo): A gente tem uma tendência a sempre tentar fazer tudo muito coletivamente. Quando vamos compor passamos por muitos processos em conjunto. Dentro do processo da produção fonográfica da música – porque muitas vezes eu acabo assinando –, a gente foi aprendendo que nem sempre todo mundo tem que aparecer ao seu pleno vapor. Então, nessa turnê 10 años cada um tem o momento de mostrar o seu brilho e acho que esse é o grande potencial da banda: tem várias personagens e cada ume tem um brilho que muda totalmente o rumo da banda.
 

Fotografia

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RP: E como isso se reflete no show desta turnê?
FEH (Juliana): Eu sinto que esse show agora vem com muitos sabores. O ‘Rasgacabeza’ era uma energia caótica intensa e chegava lá em cima o tempo inteiro. Agora a gente foi entendendo outras maneiras de trazer intensidade que não seja só nesse lugar. Então, neste show tem muito ska, muita dançabilidade, tem várias músicas repaginadas. Tem um catálogo de sabores e muitas possibilidades de conexão com a música. O público pode se conectar emocionalmente, pode dançar, explodir, tem muitos sabores.
 
RP: E tem sido prazerosos esses sabores?
FEH (Ju e Mateo juntos): Sim!
FEH (Mateo): Tem muito mais dinâmica agora. A catarse está completamente lá, só que a gente tem explorado novas dinâmicas. Abrimos também muito espaço para o instrumental que levam a momentos também catárticos. Acho que o instrumental ganha nova vida nesse novo show e isso gera novas dinâmicas. Do mesmo jeito, com brincadeiras, com risadas, com troca, só que tem mais dinâmica. Honestamente acho que é um processo mais profissional e menos ansioso.
 
RP: Quais os planos para o futuro após a turnê ‘10 años’?
FEH (Mateo):  Temos um disco novo no bolso. Estava pronto já há algum tempo, mas a gente percebeu que deveria, antes, celebrar os dez anos da banda. Porque o que artista independente faz é procurar bons motivos para celebrar bastante. Mas tem muita música por vir ainda, será um disco impactante.
 
RP: Que maravilha, disco novo! E já tem nome?
 
FEH (Mateo): Tem nome, mas isso aí não será revelado (risos). A sonoridade é bem diferente do que já fizemos. Agora a gente está focando nos 10 anos, mas quero dar esse spoiler no sentido que tem mais por vim.
 
RP: Quando o disco será lançado?
FEH (Mateo): Ano que vem. 
Fotografia
RP: E por falar em discos, quais discos/bandas vocês têm ouvido durante essa turnê?
FEH (Mateo): Nessa turnê a gente fez seis shows na Espanha e três em Portugal e eu fiquei um pouco impressionado com a minha falta de conhecimento a respeito das bandas atuais destes lugares. Então eu pedi algumas indicações para um amigo nosso de uma banda catalã chamada La pegatina e ele me passou várias bandas incríveis. Por isso, tenho ouvido bastante uma banda chamada Coletivo Panamera, também Mister Quilombo, Valéria Castro. Eu tenho achado incrível conhecer um pouco mais dessa cena contemporânea espanhola que é extremamente interessante.
FEH (Juliana): No início da turnê eu estava ouvindo muito James Keenan, vocalista da banda Tool. Depois comecei a ouvir Flamenco, Rumbas e Tango, coisas pelas quais sou apaixonada e me conecto muito com essa onda de Espanha. Mas o que eu mais tenho ouvido agora mesmo são mantras.
 
RP: O que é Francisco, el Hombre uma década após o início da banda?
FEH (Juliana):  Eu acho que Franciso, el hombre é um universo. Como um universo está sempre em expansão, em contração, em movimento e em transformação, eu acho que tem muita coisa contida nesse coletivo. A gente não é só uma banda, a gente não é só uma família, a gente não é só amigos... A gente não é uma coisa, a gente é muita coisa.
FEH (Mateo): Gostei disso! Eu acho que Francisco, el hombre é uma República Democrática Autônoma Itinerante formada por amizades e regida por uma constituição de péssimos trocadilhos. 
1 Comentário
João R.
16/6/2023 12:26:08 pm

Que demais, espero que a turnê passe pelo interior de sp! Ansioso pelo novo álbum ;)

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